No meio de quatro paredes
Me olho no espelho
Me vejo pintado
Me vejo de índio
Me vejo na mata
Me vejo inato
Nos sambas de lá
Eu olho de novo
Não estou mais brincando
E eu vejo num rosto,
De bocas e caras,
A infância vestida
De sonhos que tive
Que morrem de fome.
Pois quando não os alimento
Eles vão como a chuva.
Artista de rua?
Na rua, morreu.
A tinta escorre
Vazou por bueiros,
Ó sonhos vadios
que eu fui escolher
Amar, pra deixar
Viver, sem frustração.
Me olho no espelho
Me vejo jogador
De bola, eterna parceira,
Um sonho que guardo:
Esse reflexo grudado
no corpo que vejo.
Eu leio o que posso
E ouço que devo:
"És grande, és velho
De seus sonhos, já escolheu um"
Mas não me admira
Olhar no espelho
De canto de olho
E ver a criança
Que olha de novo
E não reconhece
Isso que, ainda,
nunca foi.
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
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