quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Um grande país

Ele andava devagar
divagava pelo frio
branco de um dia(tchim!)
- Um último espirro

Seu caminho já frequente
bem há pouco, só se via
luzes quietas e inocentes
de um imposto dia-a-dia

Que ele até se acostumou;
"Veja, que pássaro bonito parado no poste!
até que tem belezas frias
congelando-se no norte"

Uma avenida em seu caminho
em seu caminho, uma avenida
Meninas lindas na calçada
crianças feias e precavidas.

O carro que veio
a rua slippery.
O sinal fechado
seus passos molhados.

Buzinas do norte
ele não ouviu:
"GET OUT OF MY FUCKING..."
seu corpo sentiu

O frio do chão
penetrar o sangue
que jorrava em sonhos
pr'um país distante

Distante daqui
distante de ti
um corpo qualquer:
um carro à seguir.

Seu rosto no chão
sua ex-vida na mão
de um gringo que não
compreende seus sonhos

Sem mãe nem irmão,
amigos ou flores.
Mais um brasileiro
pagando as dores
de quem nunca foi
de um grande país.

Um comentário:

  1. maravilhoso! parabéns bielzin, cada vez mais trazendo fortes sentimentos e lindos poemas

    ResponderExcluir