segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A culpa é sua

Se hoje escrevo sem rimas forçadas
Se até escrevo quando estou feliz.
Se vejo no mar poemas de vidas
E se levo a vida do jeito que quis

São só teus, esses sonhos,
Se agora eles brotam de mim.
E se digo que amo, e se não
Invento mentiras que todo mundo diz.

É tua, essa culpa!
Foi tu quem me fez
Quem, de tão certa, mostrou-me
a vida que passa
num dia a nascer
com e como o Sol.
O Sol é você.
E se transpiro bobagens
nesse alvorecer
culpo-te de tudo e
te levo comigo,
assim como o Sol,
até o dia em que eu morrer.

Mas antes disso eu peço
Me perdoe pelas rimas no infinitivo
E não só pelas pensadas falhas.

Se sou teimoso, impulsivo
É por não ter bem entendido
Toda essa vida que
A tua bonita boca traga.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Para jovens artes

Transmita-se na arte
Que escondes nos seios
Lotados de tralhas e anseios.
Balbúcios desses corações.

Os mundos dos livros
Das músicas, dos quadros
Têm cenas de sobra
Para esse belo repertório.

Que sorrisos, são tão lindos
São demais convidativos
É a arte mais que pura
Que eu nunca vi.

Euforia em contato
com euforias variadas
Simplicidade desses sorrisos.
A inspiração das novas artes.

Então abra essa boca
Engula mais esse ar
O mundo te espera, estagnado
Está louco pra te ouvir cantar.

domingo, 15 de setembro de 2013

O passeio da rosa

E, se por acaso,
As plantas pudessem,
Assim como a Terra e os bichos e
O vento e todos esses seres humanos,
Se levar;
Por todos os lados se
Locomover.
Estou certo:
-Aquela rosa que
De tão bonita, eu
Vi e você viu,
Correria, até mesmo,
A distância de um longo quarteirão
Só pra ver
Esses mil aromas escondidos
Nas suas sombras de mulher ideal.

sábado, 14 de setembro de 2013

Pessoas estranhas

Pessoa
Que me (é)
Estranha
Me complica
Com o sorriso
Nesse rosto
Que um beijo
Toca; que
Não é o meu.
Mas que vontade
De abraçar
Essa estranha
Pessoa
Dos lindos cabelos
Que escondem as entranhas
De suas vidas
E de uma bonita boca
Que encontra
-ainda-
Um beijo que não é meu.

Essas letais
diferenças das características em comum.
Essa pessoa que me,
Estranhamente,
Encanta
Pode ser
Das dores, a pior.
Mas pode ser
Aquilo tudo que transmite
Aqueles lindos olhos
Melancólicos e
Tão sinceramente
Impostos por mim mesmo
À minha mais nova
E completamente desconhecida
Vontade.

Eu vou te
Desestruturar
Do mesmo modo
Que você me
Desajeitou;
Pessoas estranhas.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

O fim de mais um verão

Numa mata quase fechada
Escuto os sons
A madrugada.
O sol raiou
A lua amada
Se apaixonou
Me abandonou
Foi mal tratada.

Os dias vão
Levam o nada
Cores mudadas
Malditos dias
Sutil mudança
Da natureza
A mãe das mães
Endiabrada

A beleza das árvores
A tristeza das cores
Tantas cores
Tantas folhas
Vão caindo pelo chão
É o início de um Outono.
É o fim de mais um Verão.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Sozinhas dores

Sento à varanda
de um café
Vejo os velhos
morrendo em pé.

Vejo uma flor
sozinha flor.
Vejo um drogado
Sozinha dor.

Dos bem amados
Que sabem rir
Vejo a inveja
Desses daqui

Todos esses homeless
observando
Serão os loucos?
Mas

eu vejo tantos
e têm tão pouco
e ainda assim
são, todos, os únicos
à sorrir pra mim.

Away of home

Nessas ruas
Mal educadas
Mal humoradas
Mal desenhadas
para mim

Não encontro
Os desencontros
Inesperadas
Aparições

Olho gente
E fico crente
De que são todos iguais

Não me amam
Nem as amo:

Mas são uns belos animais.

Construtores de paisagem

Esses fones de ouvido
Monopolizam minha solidão
Omitem-a desses olhos distantes
-cores em pares
Apressadas desilusões

No silêncio do meu ser
Olho gente olho à olho
Me deparo com os sonhos
Escondidos na eternidade
Desses olhos ainda vivos.

Pisca, luz, reflete sol
Coça dor de uma saudade
Lágrimas caem encabuladas
Chove agora a chuva salgada
O nosso choro é toda maldade
Escondida nesses atraentes olhos de tristeza.

Nossa cor, as nossas pupilas
Dilatando-se de sonhos
Embriagando-se de imagens
Pra acreditar que, nessas maldades,
Escondem-se esses -sonhos-
Construtores de paisagens.